Imagem @ Renderização por Sasaki Associates
Um empório instalado em um prédio art déco, um supermercado famoso pelos produtos orgânicos e galpões convertidos em escritórios e lofts foram abertos no último ano no bairro de Midtown, em Detroit.
As novidades no bairro lembram mais o Soho, em Nova York, do que a cidade que pediu concordata em julho, com dívidas de US$ 20 bilhões e população em baixa.
Resultam de ações de um grupo de empresários e ativistas que criou uma “prefeitura informal” em uma cidade cujo governo municipal estará quebrado por anos.
Sue Mosey, a prefeita extraoficial, dirige a ONG Midtown Inc., que quer mudar a vocação do bairro. Com apoio de 150 fundações e empresas, compra e reforma galpões, converte-os em escritórios e prédios de apartamentos e atrai empresas, supermercados e restaurantes para lá.
Imagem: Midtown Detrit Inc.org
Em uma década, trouxe US$ 1,8 bilhão ao bairro.
“Há uma revolução demográfica no país e Detroit ficou no passado, com gente isolada nos subúrbios, fechada em shoppings”, diz. “Os jovens querem morar em zonas centrais, pedalar, encontrar os amigos em bares ou cafés.”
Até 2020, ela espera que o bairro chegue a 50 mil habitantes (de 12 mil em 2003, hoje são 26 mil). Os supermercados são parte da estratégia.
Com doações, a ONG está construindo uma ciclovia e bicicletários sob o programa “Midtown desmotorizado”.
Promove shows ao ar livre, feiras de produtos orgânicos e caminhões que servem comida rápida de qualidade. Microcervejarias e tecelagens estão se instalando ali. “Há uma volta da manufatura no país, mas Detroit está sempre dez anos atrás”, lamenta.
Imagem: Midtown Detrit Inc.org
“Tivemos políticos terríveis, não podemos cruzar os braços e esperar a prefeitura melhorar -se pressionarmos por processos menos burocráticos na liberação de obras e na criação de novos negócios, estaremos lucrando.”
O milionário Dan Gilbert é outro que aposta no potencial da cidade natal. Fundador do banco hipotecário Quicken Loans e dono do time de basquete Cleveland Cavaliers, transferiu suas empresas do subúrbio ao centro.
Comprou 30 prédios históricos e dois terrenos. Em seis anos, virou o maior proprietário de imóveis da cidade depois da prefeitura e da GM.
Gilbert aposta na valorização de seus imóveis e investe em requalificar a área. Patrocinou a criação do programa local de compartilhamento de bicicletas, promove eventos esportivos e musicais e ajudou a bancar uma prainha no centro da cidade, inspirada na parisiense Paris Plage.
Fonte: Folha de S. Paulo
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