A Teoria da Evolução (ou simplesmente Evolução) teve seus detratores desde que foi conhecida pelo mundo, através do livro A Origem das Espécies, de Charles Darwin. Inicialmente, o que os detratores propunham como alternativa à Evolução era simplesmente o criacionismo bíblico, retratado no livro Gênesis, da bíblia.
Contudo, o criacionismo não é algo científico. É simplesmente uma crença religiosa, a qual diz que o universo, como um todo (incluindo toda a vida, desde bactérias até a humanidade), foram criados por um agente sobrenatural. Deus. Mais precisamente o deus judaico-cristão.
Assim sendo, o criacionismo não é capaz de explicar coisa alguma sobre as mudanças pelas quais os seres vivos passam; o motivo pelo qual certos indivíduos são imunes a determinadas doenças enquanto outros acabam padecendo; ou mesmo o motivo pelo qual determinada espécie animal tem determinada anatomia. Não consegue, também, prever coisas como extinções devidas à caça indiscriminada; consequências a médio e longo prazo de distúrbios ambientais, sejam eles o desmatamento, a aplicação de agrotóxicos, ou o aquecimento global; etc.
O que é o exato o contrário da Evolução, que não só explica e prevê tudo isso, como pode prever até mesmo as possíveis cores dos olhos dos filhos de um casal, baseado unicamente em sua genética.
Assim, para tentar dar uma “roupagem científica” (leia-se: maquiagem científica) ao criacionismo, os detratores criaram o Design inteligente (DI). O DI é basicamente a Evolução, mas tira-se o componente aleatório das mutações e adiciona-se a intenção de um “designer” (leia-se: deus). Assim, tanto a história quanto o futuro das espécies voltariam, magicamente, ao controle de deus.
Contudo, em debates sobre Evolução vs. DI (Design inteligente), os defensores do DI sempre se esquecem do principal: para que exista um “design”, seja ele inteligente, meia boca ou mesmo burro, é preciso que exista o “designer”. Em outras palavras, não importa o quão bom sejam os argumentos dos defensores do DI: enquanto eles não provarem, cientificamente e com base em evidências, que tal “designer” existe, o debate continuará vazio e desprovido de qualquer significado científico.
O detalhe importante e que, parece-me, ninguém percebe, é que os defensores do DI sabem disso. Eles defendem o DI exatamente como tentativa de provar que o “designer” existe. O que é uma completa inversão da coisa como um todo.
Assim, tal debate é, foi e continuará sendo inútil. Os argumentos em favor do DI não deveriam sequer ser ouvidos ou respondidos. É preciso que se exija que eles sigam a lógica e, primeiro, apresentem evidências do “designer”. Aí, então, poderemos voltar a debater, aberta e honestamente, tanto o DI quanto como ele se daria.
Fonte: Livres Pensadores
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