Cerca de 400 mulheres, entre as quais mal se via meia dúzia de homens, receberam de pé e aos gritos, na tarde de sábado (7), Sylvia Day, 40, autora da série erótica “Crossfire” (lançada pela Companhia das Letras, com os títulos Toda Sua, Profundamente Sua e Para Sempre Sua), atração do penúltimo dia da Bienal do Livro Rio.

13251150A escritora erótica Sylvia Day

Com o cabelo batendo na altura da cintura, a americana apareceu usando um vestidinho preto justo com um gigantesco decote, botas de couro pretas de cano alto e colar de pérolas. “Soube que vocês esperaram muito tempo na fila e agradeço por isso”, disse.

Dado o frisson, a mediadora Claudia Chaves deduziu que todo mundo ali teria perguntas a fazer à escritora e passou a chamar números das cadeiras aleatoriamente, como se fosse um bingo, para dar voz às suas ocupantes (apenas uma das mais de 15 selecionadas não tinha nada a declarar).

“Não dou spoilers. Vou escrevendo e me surpreendendo com as ideias que tenho”, respondeu Sylvia Day logo na primeira questão, sobre o quarto livro da série “Crossfire“, ainda inédito em inglês. “Queria saber quando vai sair. A distância entre um livro e outro é absurda, a gente termina um e fica meses esperando, é enlouquecedor. E não aparece nada na internet!”, reclamou outra fã.

Com 500 mil livros vendidos no Brasil, a escritora se dedica há dez anos ao gênero erótico, embora só tenha ficado famosa por aqui após o sucesso da série “Cinquenta Tons”, de E.L. James.

“Não posso me imaginar escrevendo outra coisa. Não consigo imaginar deixar de lado as histórias romântica, e é bom ter sexo numa relação, tem que ter muito. Para mim isso faz parte da história de amor”, disse.

No geral, sem direito a perguntar sobre continuações das histórias, as fãs fizeram questionamentos sobre detalhes das personalidades do casal protagonista de “Crossfire”. “Não, meu deus, não, Gideon não é gay”, respondeu a escritora a uma fã preocupada com o histórico do personagem.

Outras preferiram tirar dúvidas mais pessoais, como se as cenas picantes dos livros têm inspiração na vida real (“Posso dizer que quando era mais nova tive sorte de encontrar homens que gostavam da coisa”) e se a autora viveu uma história marcante como a de Eva e Gideon (“Jã tive uma paixão dessas, foi louco e adorável”).

 

Fonte: Folha de S. Paulo